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A TRADIÇÃO POLAR


DIZEM OS MITOS que o mundo tem início em algum momento mais alto da civilização e da cultura, quando o homem anda desnudado junto à Deus, o que simboliza a ausência de véus de personalidade e egoísmo, mas também de religiões formais, o que apenas pode ser conseguido através da implantação de uma Ordem áurea nas coisas.
Isto representa, no entanto, apenas uma dádiva de certos momentos da evolução mundial, quando se torna necessário implantar uma Nova Ordem mundial, o que vem a ser então presidido pela própria divindade na Terra.

O resultado é a congregação das raças e das nações, a geração de instituições superiores que possibilitem o desenvolvimento dos novos potenciais humanos, dando lugar a um quadro verdadeiramente paradisíaco na cultura do homem.
Após este ciclo áureo inicial as coisas começam a decair e a dualidade uma vez mais principia a reinar, cada vez mais densa. É assim, sobre bases lógicas e científicas, como encaram a evolução da história todas as doutrinas antigas.
Mas então os povos sentem dever guardar na lembrança as coisas das origens, como verdadeiro farol que a guie através das águas negras do porvir. Na verdade, mais que modelo, nisto estaria implícito oreconhecimento ético de uma superioridade e uma referência perpétua à origem sagrada de todas as coisas. Com um sentido de integração próprio, os povos clássicos têm sabido compreender que o verdadeiro sentido da vida apenas se dá pela unidade do céu e da terra.

É interessante observar então, o quanto todas as culturas importantes da época clássica e mesmo da Antiguidade, faziam questão de manifestar o seu caráter tributário a algum Centro maior e mais antigo, em relação ao qual sentiam-se como um raio emanado desta fonte de luz original, manifestando com isto um princípio de justiça e reconhecimento pelo Mais sagrado. Essencialmente, este é o grande preceito ético que norteia a ordem do Paraíso.
É com este sentido que observamos os egípcios se dizerem herdeiros dos atlantes situados no trans-oceano, e em seguida os gregos se referirem aos egípcios como fonte de seu saber e cultura em geral, e os romanos por sua vez em relação aos gregos, assim como nós, enquanto elo final desta cadeia, o fazemos no tocante aos romanos. Este é o ciclo da cadeia ocidental, com a luz retornando ao Extremo Ocidente de onde surgiu através da Atlântida. Existe também o ciclo oriental, onde os hebreus derivam dos caldeus, e os egípcios também dos orientais (sejam asiáticos ou do Oriente-Médio), os tibetanos com sua cultura procedente da Índia, etc.

Nem sempre os vínculos são formulados em termos históricos, mas antes míticos, com a vantagem tradicional de se buscar atêr apenas ao essencial e não se perder em considerações secundárias. Assim, encontramos na Índia referências ao Monte primordial Su-Meru (Suméria), tendo o mesmo significado todos os outros Montes sagrados: o Sinai e o Ararat dos hebreus, o Montsalvat dos cátaros, o Kailas dos tibetanos, o Alborj dos nórdicos, etc.; no Tibet a respeito da mítica Shambhala onde vive o Rei do Mundo; as regiões míticas da Ocidentalidade primordial de Manu para os egípcios, da Terra Pura de Amida (Amithaba, Opagmed) para os budistas, a Terra Sem Males dos guaranis, da Avalon ou Albion dos celtas; os paraísos do Valhalla dos nórdicos, de Tushita dos budistas, a Idade de Ouro (Krita Yuga, Satya Yuga) dos orientais e gregos, a Tule hiperbórea dos gregos e a Tula das origens maias-toltecas; a Agartha do ciclo de Rama; a Aztlan mítica dos astecas; a Atlântida dos greco-egípcios; a Jerusalém celeste dos cristãos; e assim por diante.

Tais lugares têm sido simbólica ou efetivamente relacionados a centros magnéticos, que amiúde incluem agrupamentos iniciáticos importantes. É que "cada parte do mundo está destinada a ser o Centro espiritual durante um tempo determinado, onde trabalham os Iniciados para conservar o equilíbrio do magnetismo Universal. De tal maneira que o eletrotelurismo da Terra (que muda a cada Era), a inclinação de nosso planeta, a emanação geodésica, a perturbação do Sistema, a projeção de nossa galáxia no espaço e o conjunto de muitas outras coisas, constituem fatores muito importantes para determinar o ponto onde a Direção Espiritual fixa sua residência, de acordo com tais fenômenos" (Serge Raynaud de la Ferrière).
Estes Centros vêm a se constituir, portanto, e sobretudo em certos casos, em verdadeiros corações de mandalas geográficas ou apenas culturais, devido a razões que podem obedecer também naturezas diferentes, existindo para isto diferentes graus e formas de subordinação, a partir da natureza da dignidade original de cada um deles.
A forma mandálica da organização geográfica e/ou cultural de certas culturas é evidente. A divisão em oito parte do Império-do-Meio na China obedece claramente à sua cosmologia polar; a divisão do Antigo Egito nas "Duas Terras" com suas 22 províncias, também remete à ordens cabalísticas muito conhecidas, assim como no Oriente o mito de Shambhala a dispõe no centro de 21 cidades-templos (ver A Missão da Índia de Saint-Yves d'Alveydre e iconografia tibetana); a ordem cultural também costumava ter quatro castas centralizadas pela nobreza e pelo Rei. Os astecas reuniram a ambos os conceitos nos quatro bairros de Tenochtitlan dedicados cada qual a uma das quatro castas, o mesmo ocorrendo na Cuzco dos incas.
O tributo moral voluntário ou involuntário, prestado pelas nações aos grandes centros da cultura mundial, é igualmente reconhecido historicamente, sendo esta uma necessidade moral e cármica que todas as nações devem prestar e prestam de alguma forma ao Centro eleito em cada era do mundo, foco da Vontade divina revelada para um certo período mundial. De modo que, sabedores das leis do carma e da justiça divina, muitas civilizações antigas buscaram livre e conscientemente empreender o seu alinhamento primordial, buscando cumprir a dívida cultural que possuem com algum grande Centro original, ou simplesmente tratando de definir aquele elo vital à geração ou à preservação de todos os grandes processos e ambientes culturais áureos, dotando de alguma medida de harmonia suas civilizações, seja pela emulação real ou adaptada, como pela simples referência perpétua a tais origens sagradas. Sendo esta uma lei universal e perpétua, uma vez mais está profetizado que, na revelação da "Jerusalém celeste" que sinaliza o próximo grande Centro de cultura universal do planeta, as nações a ela acorrerão com seus tributos que permitirão a geração de um centro dotado de todas as qualidades e virtudes necessárias, posto que o despojamento e o ascetismo não se constituem jamais em fins em si mesmos, mas antes em métodos de purificação e enobrecimento providencial, devendo ser removido assim que os fins desejados são devidamente alcançados, e estes fins são os do equilíbrio, justiça e harmonia.

Os tributos prestados se devem, pois, antes de tudo à Hierarquia espiritual e ao Avatar que se manifesta através de uma certa cultura "eleita" num dado momento racial para levar a cabo alguma nova virtude divina. O carma de uma raça eleita é complexo, podendo ser maravilhoso quando ela compreende e aceita seu destino, e trágico quando não é digno dele -vide as tantas vicissitudes da história de Israel. Pois, segundo os seus profetas, as nações podem acorrer a mando divino a um povo eleito tanto para puní-lo como para exaltá-lo.
Aquilo que cabe a cada nação eleita, pode ser equiparado ao que Iahweh teria legado a certa altura através de Nabucodosor à Babilônia, que a ele deveu sua glória:
"Todas as nações o servirão, bem como seus filhos e os filhos de seus filhos até que chegue o tempo determinado para sua terra; então numerosas nações e grandes reis o subjugarão." (Jeremias 27, 7)
De fato, assim foi até a chegada dos gregos, dos persas, dos medas, do Islã...
Dizem então algumas profecias bíblicas, sobre as dádivas e o reconhecimento que receberá o Senhor na futura terra de luz, após ter o mundo se dado conta de quão entregue a ídolos e fantasias vãs tem estado entregue.
Acaso não é esta a situação cultural do mundo em nossos dias? Pelo menos, são muitos aqueles que reconhecem que tem herdado apenas o vazio, fato este que tem sido crucial para as buscas das novas gerações.

Os deuses dos homens também são feitos à sua imagem e semelhança. Desde os papas "eleitos" até os "Mestres ascensos", passando pelos mitos repletos de prodígios irreais, tudo isto serve apenas à vaidade e ao egoísmo humano, por serem ora manipulados, ora insondáveis, e ora impossíveis...
O Avatar também surge numa raça destinada a resumir e a sintetizar toda a humanidade, através da confluência de todas as raças (como o Brasil). Também por isto, todo o mundo se torna receptivo à sua palavra.
"Eu virei a fim de reunir todas as nações e línguas; elas virão a mim e verão e minha glória." (Isaías 66, 18)
Isto configura a criação de uma nova humanidade, numa nova região cultural e sob a influência de uma nova energia cósmica. A implantação de novas instituições e perspectivas culturais, deixarão no pó todo o antigo, através da criação da "Nova Jerusalém".

A "Jerusalém" é aqui apenas um símbolo, posto que significa "cidade da paz", um atributo universal a todos os grandes centos de concórdia universal gerados pela manifestação divina. Assim como Melquisedec era o rei de Jerusalém, e seu nome significa Príncipe da Justiça, um outro atributo áureo, de modo que onde reina a Justiça existe a paz. Certamente sugere também o caráter urbano da nova ordem social, clássico das civilizações áureas. Num outro sentido, a atribuição da simbologia de "Jerusalém" ao novo Ashram mundial, soa óbvia quando percebemos que a capital dos hebreus centraliza a cultura de três grandes religiões monoteístas, da mesma forma como o novo Ashram será o escoadouro para as virtudes dos três Ashrams raciais até então implantados na humanidade, no decurso da presente ronda mundial.
Nesta região, a vida poderá seguir seu curso natural sem as antigas chagas sociais e culturais, graças à presença divina em seu seio e sua Justiça.
Tampouco haverá necessidade de culto ou religião formal de qualquer espécie. As bençãos divinas serão difundidas por toda a parte, graças à onipresença divina atuante e ativa sobre a terra através do Senhor e seus Representantes, mediante o conjunto das próprias instituições regulares, e ao grau de pureza e elevação então praticado. Por isto diz a profecia:
Acontecerá então que antes de me invocarem, eu já lhes terei respondido; enquanto estiverem falando, eu já os terei atendido. (Isaías 65, 24)
Por esta razão, os templos serão também dispensados, como aliás Jesus Cristo já havia sugerido.

Aqueles que optarem pelas velhas formas de culto nesta região abençoada, serão alvo do ridículo e do vazio, pois Deus já não lhes responderá. Tudo virá pela simples graça da justiça divina, dando a cada um aquilo que merece.
Os contrários ali poderão viver em harmonia e compactuar o mesmo alimento. E serão todos vegetarianos como nos dias do Paraíso. Para os renitentes (as "serpentes") isto será um castigo, mas não haverá excessões nesta Terra Santa.
É fato corrente, portanto, que por detrás de todas estas bênçãos, se acha a manifestação da Hierarquia, como resultado do reconhecimento geral sobre a importância e a necessidade da implantação de focos de luz e de governos superiores na Terra, send esta a origem sagrada de toda a verdadeira civilização e harmonia.
É por esta razão, que os povos estabelecem seus principais vínculos a partir dos centros mais antigos ou originais, pertencentes a épocas de maior integridade e universalismo, quando o preceito hieráquicio se achava ainda intocado e aprumado, servindo por isto de fonte e iluminação para épocas de menor luz.
Hoje vivemos o fim das trevas, quando todas as coisas serão renovadas, ao cabo de um largo processo histórico de preparação. As novas terras estão escolhidas e o novo céu já é reconhecido. E isto implica na reemergência daqueles pólos originais de civilização áurea, irradiando bençãos renovadas para todo um imensurável ciclo histórico por vir.

* Introdução à obra O Jardim do Sol, LAWS.

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