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A SHAMBALLA MERIDIONAL


De forma semelhante à "Jerusalém", uma possível etimologia da palavra Shamballa confere um sentido de "reino da paz" -em sânscrito, Shama significa "paz", e Bala "poder". Para o Tibetano, a paz é um dos atributos da Vontade, que é a energia-de-raio mais própria deste Centro. Ver também outras matérias sobre Shamballa nesta obra.
No conceito de paz, temos embutida a imagem da convivência harmônica dos contrários. Servindo portanto para aludir à variação sazonal ou à equânime diversidade climática do paralelo 30, já que ali as Quatro Estações ocupam o mesmo tempo e espaço -no caso, através de rodízios. É como se fosse uma democracia do clima, havendo um momento predestinado a cada necessidade e tendência natural.
O sistema político do rodízio, é uma fórmula encontrada pelos povos para o equilíbrio social. Outra fórmula que temos proposto, é a da regionalidade. De modo que cada classe, seja responsável por uma esfera de poder (em termos de grandeza e unidade) condizente às suas capacidades e estados de consciência. Assim, os proletários se ocupam do poder municipal; os burgueses do poder estadual; os aristocratas do poder regional, e o clero do poder nacional. Com isto teríamos um definitivo enriquecimento do convívio social, talvez ainda mais próspero que o sistema de rodízios (já que seria mais estável), que de resto nem por isto seria de todo abandonado, mas sim adaptado a cada instância de poder, segundo a sua própria vocação.

Uma visão atual

Por toda uma década, o nosso trabalho esteve profundamente vinculado ao conceito geográfico central ou de paralelo 30 -ou da Shamballa Meridional-, focalizando a região que tem permitido reordenar intelectualmente, a partir dali, todos os códigos originais da civilização.
Diante da previsão de mudanças do foco hierárquico de um lado, assim como das novas propostas de ação sócio-cultural em outras regiões do país –reconduzindo o nosso foco uma vez mais para o paralelo 15– de outro lado, é importante contudo, redefinir como fica aquela perspectiva geográfica anteriormente focalizada, de uma forma quase exclusiva.
Ocorre que, a visão do paralelo 30, mais como uma base do que um objetivo, é aquilo que permite que este Centro envie regularmente emissários para transformar o mundo, onde isto for possível e necessário -tal como vem a ser, aliás, uma das tarefas tradicionais e mais reconhecidas de Shamballa. Ao longo dos tempos, deste Centro tem sido enviados mensageiros e emanadas doutrinas, tal como o Kalachakra budista. Acima de tudo, tanto quanto nos mitos, o tema está presente nas profecias hindus, onde afirmam que de Shamballa surgirá o Kalki Avatar, concluindo assim o ciclo de manifestações do deus Vishnu.
Assim, a rigor, não houve uma real mudança de pontos-de-vista, mas apenas de ênfase, enfoque ou perspectiva, já que, essencialmente, o nosso trabalho está vinculado às energias eternas do paralelo 30.
Porém, observamos comumente a forma como o despojamento nos brinda com uma visão mais ampla das coisas. Neste caso, no mesmo momento em que abdicamos ao foco imediatista do paralelo 30 -coisa que, é verdade, já havíamos anunciado pela nova valorização cíclica de outras latitudes, pese tudo o que a latitude 30 possa apresentar de ideal em termos atuais ou potenciais-, somos presenteados com a clara percepção do papel permanente do paralelo 30 na evolução do mundo!
Esta visão fora, em parte, eclipsada pela recente coincidência entre ênfase racial e universal, presente na raça árya, em torno desta coordenada. Porém, no momento em que nos dispomos a de fato organizar a nova raça, percebemos também que este foco central jamais será perdido, porque sua condições são também únicas e universais, servindo de trono divino permanente. E com isto, passamos a classificar "oficialmente" o paralelo 30 Sul como a "Shambala Meridional", em contraparte à tradição tibetana de nomear a "Shambala Setentrional".
Em parte, isto se deve à "renúncia" de ver a Hierarquia também no poder temporal do mundo, ainda dentro deste ciclo ou ronda humana. Como poderes puramente espirituais, Shamballa seguirá iluminando e orientando a humanidade, seja a partir de seu novo Centro Supremo e divino do Hemisfério Sul, seja a partir de suas ramas históricas e hierárquicas, no caso, a partir do paralelo 40 -realidade esta última todavia, e ao contrário do Hemisfério Norte, bastante incipiente ainda ao Sul do Equador, havendo territórios continentais apenas na América Meridional, o que pelo menos asseguraria a exclusividade do foco. Seja como for, a conexão entre estes dois pólos, será seguramente uma das chaves para a definitiva integração do Cone-Sul.
Como porta-vozes da Alta-Iniciação e representantes de Shamballa (na tripla acepção do termo: uma dimensão espiritual divina, um território geográfico central e uma dimensão mítica suprema), o nosso primeiro impulso foi, enquanto autodidatas pela própria natureza dos trabalhos, de fato empreender de forma algo intransigente o que entendíamos ser a defesa dos interesses da Hierarquia, seus valores e potenciais -e como esfera mais próxima a Shamballa e sua associada direta que vem a ser. No sentido de ascender a Hierarquia sobre a humanidade para lhe orientar, conforme tantos mitos parecem indicar, e mesmo certa lógica evolutiva. Contaria-se, para isto, também com a compreensão e a disciplina das classes superiores.
Com o passar dos anos, esta perspectiva foi se alterando, até o momento em que percebemos claramente os limites da atuação hierárquica -ou seja, que deveria manter-se algo informal, a exemplo de Shamballa-, sobre aquela que passamos a designar então como "a história dos homens".
Voltamo-nos assim mais para os interesses autênticos da humanidade, a partir de ótica pura de Shamballa e em confluência com os seus propósitos. Coisa que, de resto, jamais deixou, de um modo ou de outro, de estar presente em nossas atividades, dada a própria natureza geral dos enfoques.
Ao mesmo tempo, percebemos através atuação mais direta entre Shamballa e a Humanidade, que estamos trabalhando na organização daquelas classes superiores -como de resto de algum modo sempre o fizemos (a isto se destina, por exemplo, os trabalhos sobre Monarquia e Teocracia)-, que são as que se aproximarão cada vez mais das coisas sagradas e divinas, dando-lhes espaço e seguindo-lhes as orientações, uma vez que elas mesmas se acham positivamente a caminho do sagrado.

Futuro e desafio do paralelo 40

É claro que tudo isto coloca sérias questões para o Hemisfério Sul, que além de ter poucos territórios nesta latitude dos 40 (e ainda assim praticamente os únicos no Hemisfério Sul, conforme vimos), ainda apresenta ali uma vida cultural incipiente, vindo a exigir talvez no momento propício, uma verdadeira recolonização nas regiões adeqüadas, tendo em vista a organização do novo pólo de cultura mundial -e que deverá confirmar a profecia de que a pirâmide Tetralucis será erigida nos pampas...
Com relação a qual o caminho percorrido para este amadurecimento final, ou para a completação desta visão de mundo de contornos mais pragmáticos, diria que os fatores que possibilitaram esta guinada ou integração conceitual, foi a clara percepção histórica das realidades sócio-culturais -ou seja, o aprimoramento de uma Antropologia e de uma Sociologia. Enquanto estava fixado em conceitos mais gerais (como o de paralelo 30, por exemplo), preservava uma visão utópica e finalista. No mais, o fato de a região já se encaminhar para a perfeição (acrescentados de nossos limites, físicos sobretudo, para pensar de maneira mais desafiadora), fazia parecer que este seria realmente o grande foco de trabalhos, e que o resto andaria "a reboque", a partir desta referência original. Mas na medida em que descemos aos detalhes práticos, inicialmente através das religiões e das raças, e depois mediante as classes e as culturas, foi não somente possível, como também necessário afastar a mente do plano utópico "atemporal", para adentrar na esfera do realismo histórico. Enfim, todo este quadro foi sendo construído, pela progressiva valorização da diversidade.
Isto significa que, em definitivo, o paralelo 30 já não representa um foco racial ou hierárquico. O que se pode esperar é, isto sim, que todos os avatares apareçam no paralelo 30, por se tratar este da faixa shambaliana. Assim, em termos atuais, o paralelo 30 apenas tem significado desde o ângulo da Mercabah ou da Tradição da Cúpula de Cristal, por se tratar o presente momento de um divisor de ciclos, sujeito à servir de palco para uma grande renovação universal. O que sucedeu durante a raça árya, foi a coincidência de a Hierarquia se manifestar nesta latitude, em função de sua posição evolutiva de então. Porém doravante, o cânone racial se transladará para o paralelo 40. E é para lá que a nova Tradição Tetralucis, ou a nova cultura da humanidade, deverá remeter os seus maiores esforços. Mais que isto, este paralelo também se vincula à nova Hierarquia, ou à quarta rama de Shambala, através da humanidade, isto é, mediante o vínculo inescrutável existente entre ambas a esferas.
E isto é um grande desafio para o Hemisfério Sul, porque, ao contrário do Hemisfério Norte, não existe aqui muito território e ainda menos vida organizada nesta latitude. Para o Brasil em especial, representará uma provação particular, no sentido de que o país não possui terra nesta faixa. Isto determinará uma urgência e a importância em fomentar a unidade do Cone-Sul.

Contudo, até para isto, é preciso antes reorganizar o país, e concluir a sua formação sócio-cultural. Dentro de outros cinco séculos de história, será preciso organizar um sólido eixo cultural entre os paralelos 30 e 40. A presença de centros nesta latitude remota da América do Sul, será vista inclusive como um fator de segurança. Antigamente se dava valor à ilhas como fator de segurança, mas hoje em dia tal coisa não faz muito sentido, até pelo contrário.
Assim, ao contrário do que alguns têm pretendido, o paralelo 30 já não é e nem será um pólo de expressão da hierarquia, embora siga sendo e sempre será, o grande foco de manifestação da divindade. As dificuldades surgidas para a organização do suposto novo "ashram" racial do paralelo 30 proposta por alguns, poderia ser tomada como prova da inconsistência desta proposta.
Também se poderá pretender se tratar de algo precoce que ainda deve amadurecer, por se estar ainda organizando a nova civilização. Em parte, este argumento tem substância, porém, o principal fator, seria que os novos pólos hierárquicos passarão já ao largo do paralelo 30. Mantemos, contudo, a nossa recente visão, no sentido de que a conclusão da formação nacional, se dará efetivamente no Sul, centralizada muito provavelmente no próprio paralelo 30, mas não apenas por se tratar do centro hemisférico e sua avançada síntese cultural, como também pela natural confluência cultural internacional existente na área, dentre outros possíveis fatores. Ou seja: os mesmos motivos que fazem ainda hoje este "apêndice" do país ser hoje bastante negligenciado de forma algo preconceituosa, até porque existe muito para ser integrado neste país-continente, será amanhã, quando chegar a verdadeira hora da integração continental, o próprio motivo de sua ênfase e valorização, tendo em vista inclusive a organização do novo ashram, através do eixo entre os paralelos 30 e 40 que se criará então.
Assim, falar hoje de paralelo 30, significa de um lado história, e de outro aludir à revelação divina; em termos atuais, se trata da manifestação não tanto da hierarquia, como da própria divindade.

O futuro ashram racial do paralelo 40, será o que se poderá com propriedade chamar de cultura polar, pois esta faixa já ultrapassa o centro do hemisfério em direção aos pólos; tal como a civilização atlante, focada no paralelo 20, era chamada de cultura tropical, e a civilização lemuriana, por sua vez, de cultura equatorial. Em relação ao novo ashram, não haveria nenhuma necessidade de definir com maior precisão o quadro, porque este será o último desta ronda mundial ou do ciclo humano de evolução. Ainda que seguramente, há muito, exista vida e cultura humana em latitude ainda mais elevadas.
Existe uma explicação sistemática para a ocupação das latitudes, antes de sua organização como ordem civilizada e ashram hierárquico. Assim, como se pode relacionar a ordem hierárquica às faixas do planeta, o mesmo se pode fazer em relação às raças. Ou seja: a terceira raça atinge o paralelo 30, a quarta raça atinge o paralelo 40, e assim por diante. Mas nem por isto, estas latitudes mais elevadas serão objetos de uma ordem civilizada -ao menos não nos padrões da civilização tradicional, que implica em algo mais universal; já que em termos físicos modernos, isto ainda é possível e sucede mesmo, pese os desafios e os custos que isto acarreta para a existência humana.
Nisto, é muito interessante observar que o paralelo 30 foi ocupado pela humanidade lemuriana, na qual sucedeu o advento de Shamballa, há cerca de 15 mil anos, mais ou menos no momento em que o homem atlante, asiático ou amarelo chegava às Américas; momento que correspondeu também ao da última glaciação.
Pode-se então perguntar: afinal, quem abre caminho para quem, a humanidade ou a hierarquia? Realmente existe aqui uma via de dupla-mão, como o leitor poderá imaginar. Desde o ângulo espiritual, a Hierarquia abre caminhos para a humanidade, ao passo que, desde o ângulo material é a humanidade que abre caminhos para a Hierarquia. Não há dúvidas de que a Hierarquia seja pioneira na busca da cultura e na concretização dos caminhos espirituais. É ele que realiza os experimentos internos que resultam no progresso da cultura, através de sua dinâmica aspiração espiritual. E da forma como segue de maneira fiel e criativa o dharma dos avatares.
Por sua vez, sabe-se que os interesses humanos, determinam originalmente rotas físicas no mundo, para fins de migração e comércio por exemplo. Com isto se organizam estruturas básicas e se unem nações, em prol de tais intercâmbios. Sobre estes mesmos caminhos, também transita então o dharma, realizando trocas culturais importantes e alastrando a luz espiritual.

História e eternidade no Paralelo 30

Na atualidade, pretendemos deixar em definitivo claro o papel do paralelo 30 na história universal, sem distorções ou exageros, assim como sem reduçõese preconceitos. Dez anos após darmos início às nossas primeiras divulgaçõe sem Geografia Sagrada, tendo como marco histórico a publicação do Jornal Paralelo 30, estamos plenamente habilitados a realizar uma síntese de nossas posições, e também da situação atual do país e do mundo, numa formulação clara e, mui provavelmente, definitiva.
Assim, desde o ponto de vista da hierarquia, a luz do paralelo 30 já é apenas história -ainda que, como comumente sucede nestas questões, também sirva de sementeira para grandes questões proféticas. Não faltará contudo, quem pergunte se isto não compromete a validade espiritual de nosso próprio trabalho, ou de outros que porventura tenham aparecido ou se desenvolvido nestas latitudes no último século. Pois bem, naquilo que nos diz respeito, a resposta é negativa, e pela seguinte razão.
Desde o início, deixamos claro que o nosso trabalho não advém do centro da Hierarquia, e sim de Shamballa mesmo. A detida avaliação das realidades hierárquicas e até humanas, não diminui este plano de trabalhos, apenas define um serviço voltado para a reorganização destas esferas; além de integrar certas "recapitulações" shamballianas.
E como tal, o paralelo 30 é uma referência permanente e original, ainda que cíclica, já que suas revelações tendem a ser são dadas ao mundo sob o intervalo de séculos e até de milênios. Quanto a outras manifestações surgidas nos tempos atuais nestas latitudes, isto deve ser visto como "reminiscências", ou atribuído a um certo complemento, coisa também existente no contexto das revelações shambalianas, ainda que este quadro apresente uma difusão quase infinita, tal como, na época do Buda, apareceram expoentes hierárquicos em todas as partes do planeta, como que a confirmar a tradição védica do advento dos rishis para completar o trabalho dos Manus; quadro este sempre favorecido pela excepcional contextualização do paralelo 30.
Podemos também dizer que as prospecções havidas no final do século XX, em torno da criação de um ashram hierárquico no paralelo 30 (adeqüadamente identificado como o quarto ashram), sugerem um ressurgimento residual de valores áryos em torno da região (daí o seu equivocado nexo com Mercúrio), somada à renovação que esta região, identificada como a própria rota das grandes revelações, sempre traz na época das grandes restaurações do mundo; como é o presente momento da Terra.
Bem mais que um "canto do cisne" da hierarquia, estas manifestações podem ser entendidas como um ensaio e a busca de novos caminhos, sendo evidente que, neste contexto, nenhum trabalho alcançou um tal desenvolvimento, amplitude e espírito de síntese que o de LAWS, voltado para a reconstrução da civilização em toda a extensão do termo, apontando já não apenas onde a humanidade deve chegar, como também a forma de fazê-lo.
Todas as formulações anteriormente apresentadas por nós, seguem válidas no seu essencial e aproveitáveis de um modo ou de outro: seja a concepção radial ou solar de Nova Albion, onde a luz de Shamballa ganha o mundo a partir do paralelo 30; seja a grande tradição árya que, de resto, se habilita como paradigma para a ronda vindoura (já inteiramente shambaliana); ou mesmo o caráter assistencial, lunar ou cíclico, apresentado em nossas obras mais recentes, baseado por exemplo na manifestação periódica dos avatares nesta faixa shambaliana, e cujo intervalo pode suceder por vezes sob o registro de séculos, e não de milênios, como aconteceu no intervalo havido entre Buda e Jesus, separados apenas cinco séculos no tempo (em alguns casos o ciclo pode ser ainda menor).

A terra oculta

Assim, em função da rica herança cultural árya, centrada no paralelo 30, tem surgido nestes tempos de transição, grupos e autores que pregam a importância desta região para a restauração da cultura universal, e até mesmo a idéia do aparecimento de um novo ashram hierárquico na região (o que já denotaria um atavismo sem cabimento). Ainda que não tenham chegado a se organizar politicamente -no que seria talvez uma atividade humana-, e nem ao menos em termos mais espirituais -uma forma mais ligada à hierarquia-; o que seria uma prova da falta de fundamento destas teses. Tal como também tem aparecido, mais junto aos trópicos, nesta época de renascer das Américas, grupos e pensadores propondo o resgate da cultura atlante pré-colombiana, ou focada no paralelo 20.
Ambos os segmentos têm lá as suas razões, ao mesmo tempo em que devem contudo se reciclar. Todo este trabalho é útil apenas como um resgate preliminar, ou um treinamento para as coisas futuras, por assim dizer.
No paralelo 30, o que teremos agora -como sempre foi, porém enfatizando doravante o Hemisfério Sul-, é a atividade do centro maior de Shamballa. Que é um pólo permanente, porém em ampla medida invisível, por destacar em sua natureza aparente a harmonia das coisas naturais, e na sua sabedoria aqueles mistérios mais sagrados e ocultos. Apenas a hierarquia e, sobretudo a humanidade, é que buscam maiormente dar uma forma própria ao sagrado, através da doutrina e da arte, por exemplo, com destaque para a arquitetura.
Tudo isto -luz, doutrina, arte- até poderá emanar uma vez mais do paralelo 30, já que é chegada uma época de grandes fundações -o chamado momento-Shambala. Porém, sempre com destaque para o mais profundo. Em nossa visão atual, pensamos que, ocasionalmente, o paralelo 30 possa e deva vir a se tornar um eixo no futuro do continente, dada a riqueza de fatores que enfatizam a região. Porém, isto deverá ser compartilhado com os verdadeiros pólos atuais, humanos e hierárquicos, tal como será o paralelo 40.
Caberia, contudo, agregar mais algumas visões clássicas de Shamballa ao contexto meridional. Um dos aspectos mais notáveis deste mito, diz respeito à sua inacessibilidade geográfica e, talvez, ainda mais, do próprio refinamento intelectual do símbolo. Existe aqui na verdade dois fatores, um histórico e outro perene.
De fato, muitos fatores concorrem para o Sul ser este "estranho" ao Brasil, entre eles a sua condição de fronteira e a própria aristocrática índole altaneira sulista. Para aqueles do Centro do país, detentores tradicionais do grande poder, e que se embeberam de longas tradições políticas e cultura refinada, é difícil admitir que sociedades novas e povos guerreiros aspirem à uma legítima vocação ao poder e ouse desafiar as suas torres. No caso, temos também a reedição de um clássico embate entre a decadência civilizada e a renovação protagonizada pelos estóicos povos das estepes, onde os ditos civilizados sempre buscam diminuir o valor destes ditos "guerreiros bárbaros", como incapazes de administrar a civilização, quando na realidade a História demonstrou muitas vezes que a coisa não é assim tão simples: importantes renovações civilizatórias surgiram destes processos, bastando mencionar os toltecas e os mongóis. Não por acaso, a missão de um Getúlio Vargas permanece como a grande estrela nacional.
Também difícil é assimilar este Sul "perfeito", que à primeira vista se deve à colonização européia, mas que um olhar mais profundo pode revelar muitas outras influências, especialmente a vocação de equilíbrio do homem local, sob a harmonia da ciranda das Estações. Eis um homem que preserva as raízes do seu telurismo, ao mesmo tempo em que aspira pelo progresso material e o avanço na modernidade -um homem com raízes profundas, com certeza, habilitado por isto a voar muito, muito alto!
É incompreensível, enfim, este contraste entre a rudeza manifesta e a vocação universal também não raro revelada. No mais, é mister reconhecer que o Sul também está em evolução, ainda que dentro de sua forma peculiar de evoluir. Por esta razão, o Sul segue e seguirá sendo ainda um tesouro oculto, manancial de altas vocações que um dia despontará com luz universal plena.

Paralelo 15: o trabalho atual

Porém, se o paralelo 40 representa o centro da futura humanidade em seus vínculos com a Hierarquia, e o paralelo 30 significa uma luz eterna e imorredoura vinculada à divindade, pode-se dizer talvez, que o coração deste processo civilizatório em construção, se acha por sua vez na grande nação brasileira, com suas próprias balizas geográficas, e que decorre em plena região tropical (paralelo 20), podendo contudo oscilar em toda a sua extensão territorial, que vai desde a faixa do Equador (e além), até a faixa temperada do paralelo 30 (e além).
Nestes termos, na atualidade estamos focalizando a região que tem por centro o paralelo 15, centro da faixa vigesimal (10º a 19º), portanto, e que centralizava e simbolizava as culturas pré-colombianas (Peru, México).
Isto implica, naturalmente, a revivescência dos valores e costumes atlantes, com atenção às questões psico-emocionais, devocionais, conjugais, etc. Ao mesmo tempo, socialmente falando, o processo em questão já envolve uma dimensão terciária, vinculada à formação da aristocracia nacional. E isto já aporta valores áryos e mentais, desde o início do século XX, e por um período de dois séculos aproximadamente.


Luís A. W. Salvi é escritor holístico, autor de cerca de 150 obras sobre a transição planetária.
Editorial Agartha: www.agartha.com.br
Contatos: webersalvi@yahoo.combr, Fone (51) 9861-5178

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