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A ÁRVORE SAGRADA*


ao lado: Árvore hindu do kalpa (tempo)

O PRINCIPAL FUNDAMENTO do caráter sagrado do paralelo 30° resulta das triangularidades que esta latitude constitui com o eixo da Terra. Sobre esta realidade arquetípica vários mitos tem sido construídos através dos tempos, como forma de fazer alusão àquela região tradicionalmente associada às origens divinas da Civilização e ao Paraíso terrestre. Muitos símbolos axiais podem ser focalizados em torno do esquema do triângulo, do eixo e da circunferência. Um deles é o da Montanha Cósmica, com o eixo do mundo ao centro: a imagem da Montanha mítica como lar dos deuses e da Hiperbórea áurea é recorrente nas grandes tradições. Outro símbolo é aquele da Árvore da Vida, cuja copa constitui-se pelo triângulo em questão, e o tronco pelo mesmo eixo terrestre. Desenvolveremos na presente matéria algumas abordagens da Árvore sagrada conforme vista por distintas culturas.
Primeiramente, mencionemos que a tradição budista (e outras similares) apregoa que todos os Budas alcançam sua iluminação sob uma determinada árvore, devendo sugerir tal coisa a presença de um simbolismo qualquer de elevada monta, mesmo porque tudo o que vem a constituir a biografia de um Avatar assume dimensões superiores e simbólicas, manifestando-se inclusive de uma forma regular e recorrente como neste caso.
Representa, pois, este simbolismo exatamente aquela "Árvore Polar" que integra ao paralelo 30, região históricamente associada ao surgimento de todos os Budas. Mas como cada Buda tem uma Missão definida e surge em raças e locais distintos, muda-se ao menos o nome das "árvores" sob as quais eles surgem através das Eras.
Tais "árvores" sugerem também um certo plano cósmico preferencial de atuação para cada Buda. No caso de Gautama, nascido na cidade de Lumbini (próximo ao paralelo 30) no atual Nepal, sua "árvore" denominava-se "Bô" ou "Bodhi", termo alusivo ao Quarto Plano (chamado "buddhi") do Sistema Solar esotérico. Como se sabe, o grupo de iniciados que cercaram ao Buda em sua vinda pertenciam ao grau de Arhat, que é o quarto, precisamente, na escala iniciática; em função de achar-nos na Quarta Ronda planetária. A árvore Bodhi costuma ser identificada à figueira, também importante, como se sabe, no contexto cristão, é chamada por isto pela ciência de ficus religious. Note-se então que as espécies mais frondosas destas árvores crescem de preferência na região do paralelo 30.
Outro enfoque sagrado, e também claramente simbólico, da imagem da Árvore diz respeito à chamada "Árvore da Vida", citada sobretudo no primeiro e no último livro da Bíblia -ou seja: o Genesis e o Apocalipse-, sugerindo a presença de um ciclo completo de desenvolvimento cultural, e identificando o Paraíso original à Jerusalém Celeste da Revelação. Dentre ambos, a questão do tempo cíclico ou circular está representada pelo Zodíaco; através da imagem da serpente, no primeiro caso, e a do rio de água da vida no último: ambos focalizando porém, e obviamente, situações opostas, visto que a Serpente do Mal, Satanás, refere-se à perda da Unidade da cultura e da Civilização, ao passo que o Rio da Vida alude inversamente ao poder do homem-divino sobre as forças da Criação.
Assim, no Apocalipse joanino, o Rio sagrado sai do Trono de Deus e do Cordeiro, exatamente como o Nilo celeste surgia do Trono de Osíris na mitologia egípcia; deus este também comumente associado à vegetação e que nos mitos é sepultado dentro de uma árvore. O trono de Buda costuma ser simbolizado sob ou pela própria Árvore sagrada, a qual é substituída no hinduísmo pela serpente de sete cabeças, Sesa-Naga, que protege Vishnu.
De forma semelhante, no Apocalipse o rio da vida alimenta à Árvore sagrada, a qual oferece 12 frutos, uma cada mes...
O Trono alude, pois, uma vez mais, ao paralelo 30, berço de todos os Budas e Avatares maiores. É alí onde a Trindade se integra no decurso da História, como revelam os grandes símbolos do Apocalipse, onde o Trono do Pai abriga ao Filho, e dele jorra o rio do Espírito Santo. Numericamente, Deus-Pai é igual a 3, Deus-Filho corresponde a 7, e Deus-Espírito Santo a 12 (Tribos de Israel, Apóstolos do Cristo, etc.), ou seja, o grupo numérico sempre verificado neste quadro, alusivo ao símbolo-geral constituído através do triângulo, do eixos (divididos como raios) e da circunferência (ver também em outros capítulos explicações complemetares). A Trindade se encontra então simbolizada pela já mencionada triangularidade que caracteriza a esta região, e quando reunida refere-se ao Reino do Pai, a suprema síntese planetária.
Neste caso, a perda do Paraíso representaria a transferência do foco de cultura mundial desde esta faixa sagrada em direção a outras regiões de menor integração, como tende a acontecer no decurso do tempo -a serpente como já dissemos, símbolo do domínio das energias zodiacais. No simbolismo do Genesis, quando a Civilização se situava sob o paralelo 30 no período solar, diz-se que estava sendo alimentada pela Árvore da Vida -isto é: a Hierarquia. Mas quando a involução transfere os polos culturais para regiões sob maior influência do tempo ou do zodíaco ("serpente"), o símbolo muda para o da Árvore do Bem e do Mal, a dualidade que inclui a Morte, a dor, a divisão...
No Apocalipse, tem-se a revelação de uma das características dos frutos da Árvore da Vida: eles surgem a cada mês, como no Zodíaco precisamente. Ainda existem outras formas de relacionar o paralelo 30 ao duodenário, como na fórmula 30x12 =360. Tudo isto apresenta, é claro, relação com a Árvore de Natal, adotada pela cristandade dos povos pagãos. O Natal é a grande festa que se comemora no 12° e último mês do ano; e com isto temos uma vez mais a relação entre a Árvore sagrada e a estrutura zodiacal completa. Como escreveria Alice A. Bailey em O Reaparecimento do Cristo, "doze é o número do trabalho da alma consumado, como o atestam os doze trabalhos de Hércules, outro Filho de Deus". Na Árvore natalícia, seus frutos estão simbolizados pelas bolas e suas virtudes pelos presentes. As bolas representam os Centros sutis do corpo humano: os chakras dos tântricos, ou as sephiroth que os cabalistas hebreus distribuem através da Árvore Sefirótica –imagem perfeita da Árvore natalícia. Enquanto que a Estrela-Guia que encima a Árvore, representa a condição de Adepto, por vezes precocemente, numa condição pré-avatárica como em Jesus.

Árvore cabalística
Não seria por acaso que ocorre a presença do mesmo simbolismo vegetal na iluminação dos Budas e no nascimento de Jesus, assim como no sacrifício de muitos Avatares. Notadamente, a idéia do nascimento divino pode ser associada à Iluminação e mesmo à "morte" sacrificial-iniciática. O divino rebento representa na verdade a condição precoce em que alcança a iluminação na via crucis o Mestre divino destinado a ascender oportunamente à sublime condição avatárica. É sobre a malversação desta idéia que seria mais tarde elaborado o mito dos tulkus, sábios identificados em tenra infância segundo pretensas aptidões superiores que trariam de outras vidas, assim como os sacrifícios de crianças, jovens e virgens por povos degenerados.

Árvore asteca: sacrifício & renascimento divino
São estes, pois, alguns dos principais símbolos e mitos que aludem à centralidade e à primordialidade do paralelo 30 na Civilização, constituindo-se no local onde a grande integração da cultura tem lugar, a partir das supremas Manifestações divinas que acontecem ali periodicamente. Como já vimos, tal acontecimento é ainda representado por outros símbolos análogos, como o da Montanha Sagrada -o Sinai por exemplo, onde Moisés teve a sua revelação. Pois é ali, no paralelo 30, onde se manifesta a LOJA UNA -Shamballa, Agartha, etc.- com sua hoste de Iniciados, para projetar a civilização no rumo de um novo degrau de evolução.
Isto vem a ser realizado então ciclicamente sobre o globo, ao termo de cada período de evolução histórica decorrido. Atualmente, vivemos um momento desta natureza, o que significa dizer que o conjunto de elementos envolvidos na simbologia do paralelo 30 se encontra em pleno florescimento uma vez mais -razão pela qual estes e outros Mistérios Maiores da Civilização podem ser dados agora a público. Mais ainda, todas as profecias e registros tradicionais indicam que isto acontecerá novamente no Ocidente e no Novo Mundo -no Hemisfério Sul do globo como seria natural. E se dará, é certo, no seio de uma nação-síntese e fraterna.
Pelo que reza a Tradição, é bem possível que o nome da Árvore Sagrada que verá o nascimento do novo Buda se chame...(pau-)brasil!

* Publicado no Jornal PARALELO 30, n° 5, Dezembro 1994, FEEU/Agartha, P.Alegre. Temos aqui uma visão permanente do paralelo 30, por se tratar de questões divinas ou avatáricas.

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