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Rio Grande do Sul: dramas e glórias de uma geografia central

Muita gente pode estar considerando o Rio Grande do Sul hoje como um lugar especial de provações, pois tem sido declarado como a região mais vulnerável às mudanças climáticas do Brasil, e em consequência também do Continente. De fato não seria de espantar que as novas disfunções atmosféricas atingissem esta região com uma força toda especial, e também por razões que os estudos convencionais não costumam contemplar. 

Está certo que o Estado possua o maior espelho d’água do Brasil e conta-se entre os maiores da América Latina. O tema das águas está com efeito impresso na história do Rio Grande do Sul, já a partir do seu nome. As amplas lagoas dos litorais refletem esta situação, típicas de zonas de inundação, como águas represadas pelas areias movidas pelos intensos ventos oceânicos da região. A geografia do Estado é um retrato do embate milenar entre as força cósmicas que não permitem ser facilmente domesticadas. 

Mas tudo isto é apenas consequência do especial resultado do Efeito Coriolis na região, acarretando zonas de alta pressão atmosférica. Acontece que o RGS é cortado ao meio pelo paralelo 30, que é uma faixa central bem conhecida dos geógrafos e dos climatologistas, e que nós denominamos como “Mesosfério”. Ali se encontram as duas grandes correntes opostas geradas pelas derivas atmosféricas dos polos e do Equador, resultando em correntes marítimas intercontinentais, ventos fortes constantes e torvelinhos atmosféricos, incluindo os famosos ciclones sazonais do Sul dos Estados Unidos que periodicamente devastam cidades inteiras. No Sol o mesmo movimento é responsável pela eclosão das manchas solares.

Assim tudo isto é apenas consequência do especial resultado de uma condição central planetária, sujeita a correntes atmosféricas de potência única. Contudo -e naquilo que talvez seja o mais interessante de tudo-, é que nesta zona as quatro Estações são simetricamente equivalentes no ano, como uma perfeita mandala climática. Isto se agrega pois à centralização das duas grandes correntes atmosféricas, a polar e a equatorial. Alguém duvida que tudo isto tenha também importantes reflexos culturais -para além das decorrentes misturas raciais e fronteiras disputadas?!

Não seria por nada afinal que justamente nesta faixa foram edificadas as grandes pirâmides e os zigurates, erguidos o Apadana persa e o Potala tibetano, organizada a primeira universidade (que foi a de Taxila na Índia) e esculpidas as séries de moais na Ilha da Páscoa. Já se assinalou a região como berço da civilização e nascedouro dos avatares. Enfim talvez seja esta a maior zona da geografia sagrada planetária, simbolizada pelo venerado Monte Kailas do Tibet.

Impactos históricos

Certamente este é um Estado importante sob vários aspectos, e desde o ângulo econômico tem sido a quarta economia nacional há muitas décadas, perdendo apenas para os principais Estados do Sudeste. Hoje ainda se chama a esta região do Continente de “Sul”, o que deverá mudar contudo assim que formos capazes de descolonizar a nossa geografia e dar-nos conta do verdadeiro significado das direções cardeais. Sob certas perspectivas autócnes a zona pode ser considerada como central no Continente e também setentrional no país.

O grande impacto deste evento climático não foi humano, pois comparativamente com certas tragédias menos abruptas e agressivas algumas centenas de mortos numa região de 282 mil k2 (do tamanho do Equador ou do Marrocos) não é uma soma tão expressiva. Porém o significado cultural do acontecimento é imenso, até porque se mostra cada vez mais forte e recorrente.

É certo que se tratou de uma situação dantesca, digna de qualquer filme apocalíptico. Um terremoto é sempre algo localizado, porém esta enchente transtornou um território do tamanho de um país inteiro. Em termos locais os problemas ambientais também eram então no geral localizados, atingindo pequenas comunidades periféricas ou mesmo algumas poucas cidades. A exceção eram as queimadas do Pantanal e sobretudo as secas da Amazônia, que ainda assim parecia atingir regiões remotas e pouco habitadas. As enchentes de 2024 no Sul contudo impactaram o conjunto de uma região organizada com parques industriais, comércio pujante e produção agrícola essencial para o país. Isto significa que a escala dos problemas também está modificando - e é claro que não poderia ser diferente, porque as respostas da Natureza precisam acompanhar a própria escala das transformações que o ser humano também está fazendo na Natureza. Fatos assim atraem olhares preocupados de todo o planeta e obriga a levar a sério os acontecimentos. 

O Estado serviu assim como um verdadeiro laboratório do apocalipse, norteando ações futuras em outras regiões. O próprio governador do Estado chegou a declarar que este Estado teve esta provação porque a sua população estava preparada para en-frentá-la.

Um primeiro efeito local foi observado nas enquetes através de uma ampla adesão à percepção das mudanças climáticas, reduzindo assim substancialmente o fenômeno do negacionismo que vinha sendo até então observado. Mais ou menos nesta linha também se passou a observar maior união dentro da sociedade nacional até então muito dividida, tendo o exemplo dos políticos, que também reviram as suas posturas divisionistas, com uma referência para a população, num quadro que atrai naturalmente também o apoio internacional. O desencadeamento de uma grande onda de solidariedade desta magnitude pode mudar -ou despertar- uma nação para aquilo que realmente importa.

Mais uma vez confirma-se assim a importância do sacrifício na evolução da consciência coletiva, e o fato de envolver o Mesosfério nisto é também inteiramente natural por se tratar da energia de Shambhala. A crise ambiental do RGS apenas dramatiza uma tendência planetária já em curso. Os profetas destas gerações anteciparam o dilúvio futuro, mas não souberam prever o caos dos elementos que antecede a esta condição final. A enchente intermitente também é uma forma de dilúvio, pois torna praticamente inabitáveis grandes áreas, tal como arriscada a agricultura ostensiva. Contudo alguns ainda tentarão adaptar-se -entre outras soluções- na forma da vida ribeirinha através de barcos e de palafitas, como é comum na Amazônia e na própria Índia, cujas monções sazonais também atingem latitudes análogas. As monções são consideradas vitais para a fertilidade de todo o sul asiático, e o futuro demonstrará o papel que as chuvas terão no sul brasileiro no tempo de temperaturas crescentes que já vivemos. 

 É até possível enfim que outras regiões não cheguem a sofrer tanto como esta no futuro, de todo modo ela seguirá sendo altiva, atrativa e atuará como escola para forjar cidadãos conscientes, resilientes e participativos.

Naturalmente onde há luz também existe trevas. Alguém acreditaria hoje que o Rio Grande do Sul tem um rico histórico ambientalista?! Gaúchos que desmatam e queimam a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal desequilibram o clima de todo o país e sua terra agora colhe as consequências. O carma existe. E o Brasil todo é a próxima vítima.

Diante de tudo isto apenas se chega a uma conclusão e em decorrência a uma grande indagação. A conclusão é: trata-se com certeza de uma antecipação do Apocalipse. E a pergunta que surge é: a Civilização resistirá?


* Sobre o Autor:

Luís A. W. Salvi é estudioso dos Mistérios Antigos há mais de 40 anos. Especialista nas Filosofias do Tempo tradicionais, publicou a Revista Órion de Ciência Astrológica pela FEEU e dezenas de obras pelo Editorial Agartha. Nos últimos doze anos vem redirecionando os seus conhecimentos para a Teosofia, realizando uma exegese ampla da Doutrina Secreta e também das Estâncias de Dzyan.

Shambhala, a Invisível

“Existem cidades sutis em Shamballa?”, pergunta-se. O próprio conceito de Shambhala é sutil, "inacessível ao despreparados" segundo os mais importantes informantes. Com efeito “invisível”, “inacessível” e “inconquistável” são atributos comumente emprestados à Shambhala.

Vejamos pois o seguinte. A “cidade” representa o grande modelo cultural aryo, cuja presença nos mitos e profecias é recorrente. E a natureza da cultura arya é aristocrática e não “meramente” religiosa, relativa assim à uma ordem social. Todo verdadeiro nobre de espírito está interessado em exaltar a dignidade humana em si e no outro, e na verdade mal vê diferença entre si mesmo e o próximo. De alguma forma ele já incorporou  os valores sociais da religião seja por auto-cultivo ou por carma positivo acumulado de outras vidas. Quantas pessoas porém podemos contar que apresentam este comportamento?! Tais indivíduos são acaso valorizadas em nossa sociedade? Alguém pensa em dar poder para as criaturas realmente generosas neste mundo? Talvez elas nem o procurem, como seria natural, mas isto não significa que não o mereçam. E se acaso aspirassem pelo poder dificilmente teriam verdadeiro sucesso em seus propósitos.

Shambhala significa dizer ademais que o verdadeiro coração da cidade não é o templo e sim o Palácio, que representa uma instância de poder. No entanto o poder em questão é acima de tudo espiritual, expresso por exemplo nas palavras “o nosso poder é sacrifício” do Mestre Morya, do Primeiro Raio descrito como “Vontade-e-Poder”, segundo a porta-voz Helena Roerich. Jesus profere algo semelhante ao dizer que “o melhor dentre vós será o maior servidor”.

Ao falar de um poder sutil estamos nos referindo à iniciação espiritual, diferente da mística comum. Tal coisa demanda o universo da meditação acima da devoção, e do conhecimento acima da crença. O chakra da terceira iniciação associada à nobreza espiritual é Manipura ou “Cidade das Jóias”, a jóia da mente iluminada. E com isto já chegamos no coração do nosso problema.

Na obra “O Caminho para Shambhala” escrita no século XVIII pelo Sexto Panchen Lama, Shambhala é descrita de três formas: um local físico, um mito geográfico e um caminho espiritual. Ora, quantos há que realmente valorizam as coisas da iniciação?! Muito se fala e reveste o assunto de pompa e circunstância, solenidades e palavras altissonantes. Porém na prática raros se dedicam à questão com verdadeira ciência de causa. Com efeito mesmo entre aqueles que meditam os verdadeiros conhecimentos das técnicas e dos objetivos são apenas medianos e insuficientes para se alcançar a verdadeira liberação da consciência (moksha), que dizer então do Nirvana, a iluminação real?! 

Ademais o mesmo podemos dizer em relação aos grandes Mensageiros da iniciação espiritual, pertencentes a um mundo paralelo a este, inclusive restritos amiúde em sua expressão física em função das elevadas provações a que se encontram sujeitos, manejando tempos e energias do alto das suas Câmaras de Iniciação ou Merkabahs. “Ali onde estão os Mestres, ali também estará Agartha”, escreveu Serge Raynaud de La Ferrière. Agartha é um sinônimo ou uma “sucursal” de Shambhala.


“A Canção de Shambhala”, por Nicholas Roerich

Comumente acusado de pretender criar uma nova monarquia e até tentado a fazê-lo, Jesus precisou declarar “alto e bom som” que “o meu reino não é deste mundo”. Tudo o que diz respeito à Sociologia do Sagrado está uma oitava acima, desde as suas estratégias até os seus objetivos. Jesus de fato colocou em ação algumas destas metodologias, tal como Moisés também o fizera antes, assim como o Buda e todos os outros grandes profetas.

Nesta altura alguém poderia com justiça contestar indagando; “-Ora mas com isto parece que estamos falando é de religião e não de política.” Ao que respondemos: “É verdade, mas não apenas isto.” Como a cultura é cumulativa a religião -e como bem professam os perenialistas- também está dentro da iniciação. Porém a verdadeira iniciação está intimamente ligada a uma reforma no modus vivendi tendo em vista a mudança de qualidade não apenas da consciência como também da energia. E então perguntamos novamente: “-Quantos estão preparados também para dar este passo?” Não estamos falando de retiros de finais-de-semana e nem de uma aposentadoria espiritualizada, e sim de priorizar seriamente a vida espiritual e a ela consagrar-se. 

Acontece que uma Sociedade perfeita representa apenas uma espécie de socialização dos caminhos individuais da iniciação. Esta contudo tampouco se limita somente à vida monástica, a qual serve apenas de base para a libertação da consciência e uma atuação espiritualmente desimpedida no mundo, por assim dizer. Esta é pois uma das grandes conquistas dos Caminhos de Shambhala, que é o auto-empoderamento. 

E com isto listamos pelo menos quatro realidades intimamente ligadas à Shambhala nas formas da postura social, das práticas espirituais, dos Modelos viventes e do estilo de vida. Todas elas certamente refinadas e seletivas. Mas aquele que porventura tiver sucesso em avançar nestes caminhos certamente ouvirá a seu tempo os eloquentes Sinais de Shambhala.


* Sobre o Autor:

Luís A. W. Salvi é estudioso dos Mistérios Antigos há mais de 40 anos. Especialista nas Filosofias do Tempo tradicionais, publicou a Revista Órion de Ciência Astrológica pela FEEU e dezenas de obras pelo Editorial Agartha. Nos últimos doze anos vem redirecionando os seus conhecimentos para a Teosofia, realizando uma exegese ampla da Doutrina Secreta e também das Estâncias de Dzyan.

O Hemisfério Sul precisa ser rebatizado!



Eis que todo o Hemisfério Sul do planeta foi nomeado em função de simples toponímias geográficas, e ainda tendo sempre o Norte por referência, sem nada de próprio ou original. 
Eis uma pauta, portanto, a ser incorporada por todos os Movimentos Meridionalistas que se prezem. Afinal, permanece crítica a situação de dependência deste Hemisfério em relação ao Norte, e a renomeação das terras austrais pode sinalizar um movimento de emancipação. Senão, vejamos. 

A América “do Sul” é quase um apêndice (também dito “subcontinente”) na História original da América “do Norte”, onde os estadunidenses também são soberbamente chamados de “norte-americanos” e o seu país de “América” mundo afora...

“Austrália” significa meramente “o Continente do Sul”, por estar exclusivamente no Hemisfério Meridional ou Austral do planeta.
E “Antártica” designa apenas o anti-Ártico, à maneira dos caricatos (e monstruosos) “Antípodas” que povoariam este Hemisfério no imaginário dos antigos europeus (tal como ilustram esta matéria).

E nem falemos das lendas da Terra Plana, cujas origens possuem ilações cosmológicas, sendo daí tema para uma outra ocasião,

Não obstante, o Hemisfério Austral possui grande importância (pese o seu número diminuto de terras), em todos os “três cosmos”. Vejamos, então: 

No Macrocosmo, é nele que situa-se o Polo Magnético do planeta -embora a bússola ocidental se valha disto para localizar o seu Norte setentrional, diferente do que faziam os chineses que a inventaram.

No Mesocosmo, a Civilização tinha no Peru tanta antiguidade quanto a da Mesopotâmia ou Egito.

Caral, Peru
E no Microcosmo, foi nele também que surgiu o próprio homo sapiens, na “África Austral”.

E sabe-se lá, enfim, quanta coisa mais no passado, no presente e no futuro...

Luís A. W. Salvi é filósofo holístico e autor polígrafo com cerca de 140 obras, e na última década vem se dedicando especialmente à organização da "Sociologia do Novo Mundo" voltada para a construção sócio-cultural das Américas.

Contatos: webersalvi@yahoo.com.br 
Fones (51) 9861-5178 e (62) 9776-8957
Editorial Agartha: www.agartha.com.br

O Setentrionismo na Teosofia: desvio ou realidade?

Teria a Teosofia nascido num período de evolução setentrional natural do mundo, ou será  que as ideias teosóficas foram influenciadas pelo setentrionismo ideológico? Eis uma pergunta que não pode calar.
Ao lado das suas três proposições básicas –formar um núcleo da fraternidade humana, estudar os textos sagrados e pesquisar os poderes secretos do homem e da Natureza-, duas coisas sobretudo afamaram a doutrina teosófica: a ideia dos Mahatmas e a questão das raças-raízes. E é nesta última que se acham alguns dos fatores mais polêmicos da moderna teosofia, em função de tudo o que envolve a ideia de “raça”.
Talvez tenha passado amplamente desapercebido, que uma das razões do enorme sucesso da Teosofia, se devesse justamente ao caráter essencialmente setentrionismo da sua doutrina. Quer dizer: as pessoas estavam celebrando uma filosofia que lhes dizia que o seu próprio tempo e lugar estavam na crista da evolução do mundo... 
Não obstante, apesar dos esforços por formular e organizar os ciclos do mundo e da humanidade, através de uma autodefinida “Astrologia Esotérica”, é público e notório que a Teosofia jamais forneceu uma astrologia realmente palpável, científica e tradicional ao mundo. Ainda assim, suas concepções vagas e confusas serviram aos propósitos imediatos da instituição, de exaltar o setentrionismo. Afinal, aquilo que estava claro ali, é que o Norte ainda carregaria longamente o facho da evolução do mundo. Outras regiões tiveram ou ainda teriam a sua vez, mas por muito tempo ainda –na verdade, um tempo quase atemporal das ideias teosóficas-, o Norte ainda seria o seu porta-voz.

Para sustentar estas posições, a Teosofia teve nada menos do que... contestar frontalmente a Ciência, naquilo que diz respeito à evolução humana. Antropologia e paleontologia foram indiscriminadamente misturadas, resultando num misticismo que mais afasta do que aproxima o grande objetivo sintético da Sociedade Teosófica de “promover a síntese entre ciência, religião e filosofia.” O estreitamento com as religiões do Oriente emprestava um certo álibi setentrionista, mesmo porque também ali as concepções astrológicas costumam ser vagas, sobretudo no hinduísmo e no budismo.

Na verdade, em quase toda parte a imprecisão dos ciclos tradicionais é hoje mais regra que exceção, e a neo-teosofista Alice A. Bailey assume isto como uma fatalidade, ou uma necessidade por “medida de segurança”. Através de uma grande síntese de informações, contando também com os recursos da Ciência, é possível alcançar porém um panorama bem diferente das coisas.

Afinal, a escora dos ciclos védicos não se sustenta de todo, e o próprio “Glossário Teosófico” (em boa parte organizado após H.P.Blavatsky) acabou trazendo chaves para os ciclos tradicionais e -estes sim- científicos. Se resgata daí o baluarte do Grande Ano de Platão e seus hemiciclos, chamados corretamente pelo astro-mundialista Andre Barbault de “o dogma máximo da astrologia”. E com isto se teria uma aproximação entre as ideias de raças e de rondas mundiais.* 
Também seria possível apelar para os importantes ciclos de cinco mil anos, buscando avaliar a evolução espiritual da própria raça árya, ciclo este que estaria em plena transição na atualidade, já que maias e hindus definiram o seu começo há cinco mil anos. Aqui, começamos a tratar o tema em termos de cultura, isto é, antropologia, mas ainda relativamente ligadas às raças e seus continentes.
 Ora, as caraterísticas mais pontuais da civilização árya (como é a Civilização) não excedem este período de cinco mil anos, na chamada “Idade dos Metais” da Ciência. E o mesmo se pode dizer no tocante à raça atlante, como cultura da religião e da agricultura, no chamado Neolítico da Ciência. E assim se poderia prosseguir, apesar das mudanças anteriores serem cada vez mais sutis e subjetivas. Então, se a “raça” possui cinco mil anos, os subciclos áryos já se encontram esgotados, e a nova raça raiz, anunciada para todas as Américas, também se acha vigente.
Raças ou culturas étnicas?
Deste modo, em nenhuma hipótese toca protelar a evolução meridional na Nova Era; sob a suspeição de portar um colonialismo sutilNa melhor das hipóteses, o setentrionismo foi extremamente exagerado na Teosofia de Blavatsky e seus seguidores. Por isto, caberia discordar da afirmação de Alice A. Bailey de que “a astrologia esotérica representa na atualidade a mais pura manifestação da verdade esotérica”. Mesmo porque, tampouco Bailey fez grandes esforços para ajustar as coisas, pelo contrário, o eurocentrismo chega por vezes quase a recrudescer ali...
O marco de Itaparica, Eubiose
De forma algo providencial, cedo começaram os esforços para se criar uma teosofia meridional e brasileira, através daquela entidade atualmente conhecida como Sociedade Brasileira de Eubiose. Infelizmente, a Eubiose tampouco realizou esforços objetivos no campo da astrologia esotérica, mas trouxe uma nota mais local ao enfatizar a Geografia sagrada, mesmo que amplamente envolta em mitos ainda, que fora amplamente ignorada na “teosofia original”, fora das formulações sobre “raças-raízes”. Naturalmente, o “sucesso” social no país da Eubiose se deve basicamente ao mesmo umbilicalismo que afamara anteriormente a Teosofia, desta vez focalizada no Sul (Brasil). Atualmente é a Escola Agartha que assume este bastão, para auxiliar o processo vigente da transição planetária.

Afinal, este Sétimo Continente que é a América do Sul, está destinado a sediar a Era de Aquário; como afirmam sábios como Serge Raynayud de la Ferrière e a mensageira Elizabet Clare Prophet. O Martinismo, espécie de teosofia francesa, também decidiu investir neste Meridionismo. E a ciência da Geosofia, a Geografia sagrada, representa a doutrina-mãe para credenciar esta manifestação final da luz na Terra. 

Resumo

Não seria simples coincidência que o grande sucesso da Teosofia tivesse por pano de fundo a exaltação do mundo aryo, reunindo eurocentrismo, setentrionismo e orientalismo -refletindo da mesma forma as origens dos principais fundadores da Sociedade Teosófica.

Sob o enquadramento de calendários raciais deveras vagos, a América do Norte era colocada então no saguão de espera, mas já se sentiriam os eflúvios da sua emergência. Tudo isto acontecia com efeito na virada de um século que veria já a grande ascensão Norte americana sob o impacto das duas grandes guerras.

Ao Sul, todavia, se condenava simplesmente a uma espera resignada de incontáveis éons. Não casualmente frentes se levantaram contra esta situação, buscando visões alternativas, mesmo dentro da própria Europa.

Coisa que não seria realmente difícil alcançar, sob as luzes de muitas astrológicas distribuídas pelo mundo. Na verdade muitos destes conhecimentos estavam na ocasião pouco acessíveis, e neste vácuo foi fácil disseminar a mistificação.

Estas buscas e revelações também se seriam inspiradas pela percepção de que o materialismo parece ser uma tendência dominante de todo o grande Norte -tal como, obviamente, os graves males resultantes da exaltação de raças já consolidadas e historicamente poderosas.

A Espiritualidade saudável recomenda trabalhar espiritualmente apenas com os Chakras latentes visando desperta-los, e não com centros já consolidados sob risco de sobrecarregar as suas energias e desequilibrar o indivíduo. O mundo tem pago um preço muito alto pelos erros dos místicos.

Notas:
* Pois se as raças-raízes possuem 12 mil anos (contra o mito teosófico de um milhão de anos), isto nos lança ao começo da evolução superior do homem há 50 mil anos (segundo os dados da Ciência), por estarmos “no final da quinta raça-raiz.” O começo destes hemiciclos se daria em Câncer e Capricórnio (“porta dos homens” e “porta dos deuses”), de modo que rumamos para uma renovação, e toda a Era de Aquário pode ser considerada como transição. Surge então a questão das sub-raças, naturalmente atreladas às eras e aos milênios do Ano cósmico. Os últimos milênios da raça ou da ronda atual, estariam atrelados às “sub-raças sintetizadoras” (cf. Bailey) da raça árya. E se uma sub-raça equivale a uma Era, Aquário já corresponderá ao subcontinente americano setenário que é o meridional. 

Luís A. W. Salvi é filósofo holístico e autor polígrafo com cerca de 140 obras, e na última década vem se dedicando especialmente à organização da "Sociologia do Novo Mundo" voltada para a construção sócio-cultural das Américas.

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Argentina – uma bussola política do subcontinente

A xenofobia facilmente nos cega a razão, especialmente quando se trata do vizinho mais importante de um grande país. As rivalidades vão bem além do futebol, porém mais cedo ou mais tarde somos forçados a render-nos aos fatos.

Em mais de meio século de existência, tenho observado reiteradamente como as tendências políticas do país hermano terminam por influenciar aquelas do Brasil –seu grande “rival” histórico-, e através deste a todo o subcontinente e mesmo ao conjunto da América Latina, mas especialmente no espectro político de independência e vanguarda social.

Com relação ao fator econômico a correlação também existe, porém com menor impacto, em função da natural liderança do Brasil. Mas em 1913 a Argentina era a décima nação mais rica do mundo, com renda per capita acima de Itália e Espanha. Conta-se que na época, os aristocratas britânicos buscavam casar suas filhas com argentinos ricos. Apesar das limitações da diversidade industrial (baseadas na pecuária e na agricultura) e a política de exportação comprometerem a estabilidade econômica argentina. Na década de 30 o país chegou a ser a sexta potência do mundo, e na década seguinte a educação começou a ser incrementada pelo governo de Perón, que também nacionalizou amplamente algumas estruturas básicas após a Guerra visando consolidar a economia social.

Sucede que a formação política argentina é realmente ímpar na região. As rivalidades com o Brasil remontam aos tempos dos Impérios, tocando à Argentina o fenômeno das “fronteiras de fogo” que no Brasil marcaram sobretudo o Rio Grande do Sul – além do vigoroso sangue mouro herdado dos espanhóis.

Quando o caudilhismo tomou conta das províncias do Plata, os rumos da Argentina foram traçados. Os caudilhos forneceram para a América Latina suas bases nacionalistas naturais, não necessariamente sociais, mas independentistas e quase sempre republicanas. No começo do Século XIX, o general José de San Martin realizava o seu trabalho de libertação de nações que hoje integram o Cone Sul, como Argentina e Chile, além do Peru. Simon Bolivar traçava um curso semelhante nas nações do Caribe, enquanto o Brasil buscava seguir o seu próprio curso.

Assim que o Brasil decidiu se aventurar por completo nas lutas do Cone Sul através da Guerra do Paraguai (1864-1870), teve que pagar o preço do alinhamento político com as nações vizinhas através da mudança do regime. O Paraguai tornara-se independente em 1852, e a Argentina era uma República consolidada desde 1863. A independência brasileira precedera-lhes em tese (1822), mas os vínculos dinásticos e as particularidades do regime eram um entrave nas relações internacionais. Uma vez decretada a República através de um golpe-de-estado, o país passou a se espelhar no grande Irmão do Norte, então referência para os povos emancipados, após a vitória dos abolicionistas na Guerra da Secessão –ainda que o tema da abolição estivesse longe de ser um consenso entre as elites revolucionárias brasileiras, servindo mais como tema de propaganda, apesar (ou por causa, quiçá) da abolição recém proclamada pela Coroa.

Não obstante, nas ondas nacionalistas do século XX, o Brasil antecipou a Argentina peronista através das iniciativas de Getúlio Vargas, não casualmente um gaúcho, variante local dos gauchos argentinos, fontes dos caudilhos regionais. Costumamos chamar este extremo sul do Brasil de “Argentina brasileira” por razões óbvias, ainda que a Banda Oriental sempre tenha preservado suas peculiaridades, especialmente pela introdução do elemento negro ali para trabalhar nos saladeros, que são as nossas charqueadas.

O Rio Grande Sul, havendo recebido uma formação cultural e política semelhante à Argentina desde Vice-Reino da Prata e da Província do Paraguai, de cujos territórios a Região Sul do Brasil viria a integrar, costuma ser definido como o Estado mais politizado da nação, orientando amiúde igualmente tendências nacionais, especialmente vanguardistas ou de esquerda. Foi o que ocorreu na ocasião da Revolução Farroupilha, a guerra interna mais longa do Brasil, quando gauchos e gaúchos deram as mãos para combater as injustiças do governo central, fazendo o Império ouvir com maior clamor as demandas republicanas. Também merece destaque que a ascensão do Partido dos Trabalhadores à presidência em 2003, foi precedida por governos do Partido neste Estado (1999, 2010) e em sua Capital (1989, 1993, 1997, 2001).


O fato da Operação Condor haver iniciado suas ações no Brasil durante a Guerra Fria, denota bem a importância global deste país no subcontinente, mas nisto se dividem perfeitamente a questão política e a econômica. A Operação fez coincidir o golpe brasileiro ao governo social de João Goulart com o começo do controle regional, sendo especialmente cruel e persecutória na Argentino e no Chile, face a proliferação da cultura nacionalista e também socialista existente nestas nações. Nisto, foi igualmente notória a dureza da polícia política no sul do país.

O Plano Austral (1985) de Raul Alfosín (que serviu de inspiração para o Plano Cruzado de José Sarney) gerou hiperinflação e baderna civil, antecipando a chegada do peronista Carlos Meném em 1989 com nova onda de privatizações. Fernando Collor de Mello despontou na presidência do Brasil em 1990 e Fernando Henrique Cardoso veio em 1995 –ambos eram vistos erroneamente como oposição, mas o último teve alguns acertos econômicos, embora embasado no Plano Real iniciado no governo do vice de Collor, Itamar Franco.

O próprio Hugo Chaves começou seu governo apenas em 1999. O peronista Nestor Kirchner chegou ao poder (2003) na esteira de Lula e lhe sucedeu a esposa Cristina, cujo governo respondeu positivamente à crise mundial de 2008, vindo a pagar a dívida externa com o FMI, coisa que o Brasil de Lula também adotou. Os Kirchner ficaram doze anos no governo argentino.


Possuindo um território com 1/3 do tamanho do Brasil, a Argentina é hoje a terceira economia da América Latina (perde para Brasil e México). Porém, o varonismo do seu povo contribui para engradecer a nação. Hoje o país hermano vive uma estafa no modelo nacionalista, que buscou resgatar após o final da ditadura militar. Então chega ao governo o conservador Mauricio Macri, com um discurso impressionante de conciliação, antecipando prováveis tendências regionais de governos moderados e de integração nacional, visando prevenir os improvisos das esquerdas e os riscos das aventuras golpistas.

Não obstante, como “país continente” que é, o Brasil está suscetível a maiores sincretismos culturais. Uma das tendências mais fortes que existe nos horizontes do país passa pela aproximação da política com a religião, coisa que pode tender para qualquer espectro político, e mais exatamente também de centro ou assemelhado. Neste aspecto é que pode surgir uma inovação, apesar das lutas republicanas pela sociedade laica, nem sempre bem aceita ou compatível todavia com países em formação.



Luís A. W. Salvi é filósofo holístico e autor polígrafo com cerca de 140 obras, e na última década vem se dedicando especialmente à organização da "Sociologia do Novo Mundo" voltada para a construção sócio-cultural das Américas.

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DEUS, SENDO AMOR, PODE GUERREAR? A VISÃO DE SHAMBHALA


A disposição para a justiça e a liberdade, com desprendimento da própria vida, é componente fundamental da terceira iniciação, sendo também um aspecto essencial da espiritualidade árya porquanto esta raça tinha por dharma desenvolver esta consciência. Daí se entende os discursos de Krishna no Bhagavad Gita sobre a imortalidade e a importância de cumprir o seu dever mesmo na guerra contra os próprios familiares.
Quem ama verdadeiramente, age e salva. Lutar por amor é mais que um direito, é um dever da boa consciência. As guerras não são movidas apenas pelo ódio e a opressão, mas também pelo cuidado pelas coisas, pela defesa do direito e daquilo que se ama.
Todos os sistemas sociais hoje defendidos, mesmo aqueles mais singelos e naturais, foram criados e preservados através da luta. Se existe vida hoje no planeta, é porque se lutou por ela. A Natureza é fruto de muita luta em sua defesa, e não foi fácil a implantação da cultura do Neolítico com seu sedentarismo, deixando atrás a Ordem original ambientalista que determinava respeitar a Mãe Terra e manter a Natureza intocada. A Idade Média, tão criticada pela ordem burguesa atual, deu um basta ao antigo sistema romano de opressão e de exploração social, reentronizando devidamente o Espírito e a Natureza, tendo como coroação espiritual a mensagem de São Francisco de Assis.

O direito de matar, dentro de certas regras e sempre com testemunhas, tem sido respeitado através dos tempos. Tal como matar pela honra em duelos e justas, ou mesmo sob a lei de talião (de talidade ou de retaliação, visando a punição dentro das proporções), já presente no Código de Hamurábi.
A Justiça torna-se ineficaz dentro dos grandes sistemas sociais inchados, o que não justifica que as pessoas devam sair fazendo “justiça pelas próprias mãos”, mas sim que estes sistemas falidos devem ser destruídos ou abandonados para que a Justiça possa ser resgatada. Não se deve esquecer que o Deus que criou o mandamento de “Não Matar”, é o mesmo Deus libertador dos oprimidos, que também promulgava a guerra contra os infiéis e os recalcitrantes, sob a orientação agarthina de buscar a Terra Prometida.
Afinal, uma Terra Prometida nem sempre está livre como se deseja para implantar uma Nova Ordem, muitas vezes ainda existe ali resquícios de velhas coisas como ignorância e opressão, porém se trata de um território ainda possível de libertar porque a máquina do sistema ainda não impera ali a todo vapor, havendo mais velhos atavismos fragilmente aliados à máquina imperialista.



O direito à vida e à liberdade

Amiúde vemos pais dizerem que fariam tudo por seus filhos, até matar se necessário. Acaso Deus não teria o direito de fazer o mesmo em favor daqueles que considera seus filhos?
Os médicos prescrevem remédios que matam vírus e bactérias -o termo “antibiótico” traduz literalmente esse combate a seres vivos danosos. Pois a Terra e as nações-dharma são como o corpo e os membros de Deus.
Perseguições contra pragas são amiúde realizadas para proteger o ecossistema e, em especial, outras espécies consideradas mais nobres, especialmente o próprio ser humano. Para Deus, os pecadores convictos são exatamente como as pragas da Terra, pois devastam a Criação e oprimem as Criaturas.

Muitas nações do mundo, mesmo entre aquelas consideradas mais civilizadas, fazem uso da pena-de-morte, tornando a morte um direito do Estado e da nação. Outras nações não aceitam isto, mas na prática matam e oprimem cotidianamente seus próprios cidadãos.
A PAX capitalista é a “paz” dos cemitérios. A sociedade capitalista trata de manipular suas guerras com a habitual demagogia. Por detrás de sua pax alienada, está um estado-de-guerra endêmico através de opressão, chacina e depredação, visando manter a sua máquina mortal em atividade.

Tais coisas justificariam então as atitudes das religiões guerreiras? Dir-se-ia que apenas parcialmente, porque o tema está sujeito à distorção e ao fanatismo. Dentro da dinâmica das coisas, muitas destas religiões estão defasadas e já pouco correspondem ao seu período histórico. Contudo, as profecias também anunciam um tempo de batalhas pela redenção do planeta.
O grande diferencial que torna matar uma atitude legítima ou não, está na diferença entre a liberdade e a opressão. Há quem mate para oprimir, e há quem mate para se libertar. Mesmo Gandhi admitia a luta armada, caso o método pacífico não seja mesmo possível. Diferente de Barrabás, Jesus não propugnava a luta armada e até mandava dar a outra face e amar o inimigo; contudo, ele foi o primeiro a dizer que não veio para revogar a Lei Antiga (fundada no carma, por assim dizer), mas sim para completá-la através do espírito do amor e do perdão. E deixava claro que, por mais que se deva perdoar, tudo tem limites. Cada um colhe aquilo que semeia, o perdão é uma oportunidade para a renovação, sempre e quando saibamos aproveitar. Um perdão eterno seria sinônimo de suicídio. A Boa Justiça deve ser como os organismos vivos, moles por fora e duros por dentro.

Então pode surgir uma grande questão atual: num tempo tão perigoso como o nosso, com armamentos tão sofisticados, não será uma temeridade fomentar guerras? Certamente seria, porém se trata antes de promover a libertação, e sociedades realmente oprimidas raramente detém grandes armamentos, antes pelo contrário. A luta dos oprimidos se dá muito mais pela estratégia do que realmente no campo formal de batalha. E é aqui que entra então o espírito vitorioso de Shambhala, como fonte de táticas e estratégias tradicionais de libertação, provendo lutas de livramento e a busca por novos territórios de paz.


Luís A. W. Salvi é filósofo holístico e autor polígrafo com cerca de 140 obras, e na última década vem se dedicando especialmente à organização da "Sociologia do Novo Mundo" voltada para a construção sócio-cultural das Américas.

Contatos: webersalvi@yahoo.com.br 
Fones (51) 9861-5178 e (62) 9776-8957
Editorial Agartha: www.agartha.com.br


VÓRTICES, NÚCLEOS, MONTANHAS... – OS CHAKRAS DO CÉU E DA TERRA

Deserto de Sonora
As regiões centrais possuem tendências naturais para produzir vórtices e conglomerações.

Formações Naturais

No cosmos, as constelações são redemoinhos estelares formados em zonas de concentração de poeira cósmica.
As manchas solares são ciclones magnéticos que migram a cada11 anos através dos Centros Hemisféricos do Sol.
Ciclones, furacões, tufões e tornados, são fenômenos planetários que ocorrem nas Zonas Intertropicais do globo (abaixo).


Os redemoinhos de águas, tão conhecidos nossos, também acontecem em alto mar de forma gigantesca, com grande risco para as embarcações.
A principal origem das montanhas ocorre por “dobramento” ou sobreposição de placas tectônicas, implantando cadeias de montanhas no interior dos Continentes.
Enquanto os litorais geram planícies sedimentares, as montanhas produzem planaltos por erosão. A relativa aridez central seleciona os espíritos e ajuda a preservar a cultura.
O afastamento dos litorais pode reduzir o volume de chuvas e produzir estepes e desertos, a menos que exista o “milagre” natural de alguma grande floresta como a Amazônia, que se deve em boa parte à juventude geológica da região.


De fato, também existem sínteses biológicas na forma de Ecótones, ecossistemas centrais (como o Cerrado) ou de transição (acima).
No organismo humano, merecem destaque o plexo solar –que não casualmente recebe este nome- como um centro físico, e o coração como um centro espiritual.

Influências na Cultura Humana

Dentro da Geografia Humana, existem Zonas Solares ("físicas") e Zonas Polares ("espirituais").



Zonas Solares são regiões onde prevalece a importância das conformações harmônicas telúricas (como nos centralismos geológicos -continentais ou geopolíticos). Por exemplo, Cuiabá que centraliza a América do Sul, ou Palmas que centraliza o Brasil -ambas em termos geodésicos-; ou Chapada dos Guimarães na América do Sul e Barra do Garças para o Brasil, ambas em termos geográficos. Estas regiões se associam ao mito regional de Agartha.


Ao passo que nas Zonas Polares prevalece a importância das conformações harmônicas astronômicas ou globais (como nos centralismos hemisféricos –as citadas manchas solares, por exemplo- e planetários - axial ou equatorial). É o caso do Paralelo 30 situado no centro dos Hemisférios (como Gizé, Lhasa, Ur/Uruk e Deserto de Sonora no Hemisfério Norte; e Ilha da Páscoa, Capilla del Monte e Porto Alegre no Hemisfério Sul), ostentando um equilíbrio sazonal “mandálico” perfeito. Estas regiões se associam ao mito nuclear de Shambala.

Assista também ao video
A Shambala Meridional

Leia também 
A Questão do Centro

Bibliografia
Geografia Espiritual – a Ciência das Origens, Luís A. W. Salvi, Editorial Agartha
Geosofia - o Telurismo Sagrado, Luís A. W. Salvi, Editorial Agartha
Os Centros Espirituais Brasileiros, Luís A. W. Salvi, Editorial Agartha


* Luís A. W. Salvi é autor polígrafo com cerca de 150 obras, e na última década vem se dedicando especialmente à organização da "Sociologia do Novo Mundo" voltada para a construção sócio-cultural das Américas.
Editorial Agartha: www.agartha.com.br
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