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Em Busca da Agartha Eterna


Uma avaliação criteriosa, demonstra que o Coronel Fawcett não procuraria uma cidade subterrânea no Centro-Oeste brasileiro, e sim de superfície, quiçá na Amazônia (como a Akakor divulgada). Aquilo que tratamos de fazer aqui, é um exercício de exegese profunda ou de descerrar os símbolos.
Para iniciar, queremos sinalizar a dubiedade da palavra “intraterreno”, e sua semelhança com o sentido de “interior geográfico”. Senão, vejamos.
Ao observar as representações tibetanas (tankas) do reino de Shambala (quiçá, de Agartha também), aquilo que vemos são, simplificadamente, círculos de Cordilheiras tendo ao centro Shambala (com o Rei do Mundo), e em torno das montanhas uma série de vilas ou cidades.
Vem-nos então à mente o paradoxo acerca da inversão do símbolo tradicional de Shambala, existente na mística visão subterrânea agarthina (que soa inspirada em Júlio Verne): a Montanha, ou mesmo a Pirâmide, convertidas nas profundezas geológicas da Terra... uma espécie de anti-pirâmide, portanto. E que não deixa de evocar o mistério quaternário ou amorável do “coração da montanha”.
Trabalhamos muito, em contraparte, com este símbolo da Aliança eterna entre céu e terra, que soa inspirado na saga paradigmática do Manu Noé: a Montanha (Ararat, Shambala, Excalibur, Trono divino, Pirâmide, Pai, Iod) cercada pelo arco-íris (Graal, Hierarquia, Alma, Mastaba, Filho, He) na ilha sagrada (Avalon, Humanidade “eleita”, Esfinge, Espírito Santo, Vau), tudo isto cercado pelas águas-sem-fim da humanidade expectante (Mãe, Heth).
Assim, temos aqui, a princípio, uma clara alusão geocêntrica. É certo que pode haver simbolismo nisto, porém, parece-me distante de aludir a mundos subterrâneos. Aqui podem estar referidos, antes, os Himalayas, os Andes ou qualquer outro sistema geográfico montanhês e central.
É nisto, pois, a que queremos chegar: o significado distinto de uma civilização interiorana, em contraste com uma cultura litorânea. Litoral, tende a significar exterior, comércio, colonialismo, materialismo e lazer. E centro, tende a significar interior, cultura, autonomia, espiritualidade e criação. Assim, quanto mais adentra uma cultura nos seus pólos, mais profundas serão as dimensões a serem exploradas.
Até porque, nesta “imersão” geográfica é que temos o encontro como o Outro, por muito tempo ignorado e até tido como adversário, quando na verdade é o único aliado possível.
E neste percurso certamente se edificará Duat, Agartha e Shambala, como desdobramentos da síntese e da unidade, quiçá nos entornos de uma Bolívia com suas cinco fronteiras secas (quem sabe, a verdadeira Ibez não fora Tiwanaku...), ou mesmo junto a um Paraguai bilíngüe de sangue guarani... E então os mais esquecidos serão finalmente levantados, como “está escrito”-Maktub: “os últimos serão os primeiros” -no espelho dos valores divinais.
Neste solo central, nesta verdadeira terra-coração, se terá a oportunidade de reviver antigos e sagrados valores autócnes, sob as luzes de novas revelações. E nisto tudo, o Brasil, como detentor de cerca de 50% do território subcontinental, tem a maior responsabilidade, e deve terminar de despertar para ela, porque do contrário ele estará perdido e terminará engolfado pelos pequenos manipulados pelos poderes externos. Também por isto, o Brasil necessita ser governado por grandes Seres, com a estatura de estadistas.
Eis então, uma hierarquia eubiota de centros de sentido interiorizante, nos seguintes termos:

a. Itaparica ...................... Duat
b. São Lourenço .............. Agartha
c. Xavantina .................... Shambala

Contudo, na Grande Fraternidade Universal, também se observar as latitudes, ou melhor, a importância das zonas climáticas na formação da cultura, que foi uma tese importante na Europa do século XX.
Neste caso, a “evolução” se daria em direção aos pólos, vendo-se estes, como diria Guenón, um símbolo da cabeça “fria”, e a base do Equador um símbolo da região sexual “quente”. Basicamente, isto envolveria escalas de dez graus, relacionadas aos planos de consciência, e que abaixo estenderemos também aos alinhamentos ternários (ou a fórmula 3x3), assim:

1º - 10º ......... Plano Físico ........... Personalidade
11º -20º .......  Plano Psíquico ....... Alma
21º -30º .......  Plano Mental .......... Espírito

 Um exemplo que nos parece flagrante, aqui, seria o das zonas geográficos das três grandes Escolas (Yanas) do Budismo: Hinayana, Mahayana e Vajrayana. Lembrando aqui que o Brasil é o único país do globo que compartilha com a Índia desta mesma configuração planisférica, como demonstramos no livro “Geografia Sagrada da América do Sul”. Daí se poderia falar, por exemplo, em termos de pólos e hierarquias de grandezas, nestes termos:

a. Barra do Garças .. centro geodésico Nova Terra .... Duat
b. São Lourenço ..... centro cronodésico Nova Era ..... Agartha
c. Porto Alegre ....... centro hemisférico Manvantara . Shambala

Esta foi a escola que, até por questões biográficas, seguimos por muito tempo, mas adaptamos a nossa visão para os processos também necessários da interiorização, seguindo sempre a Rota sagrada NE-SO (Nordeste-Sudoeste), que perfaz igualmente o próprio Itinerário de IO, ou seja: Ocidente-Meridião.
Assim, este seria o único “intraterreno” que veramente nos importa: o geográfico, confluindo com o espiritual -tudo isto, como diferentes formas do “interior”.
Da mesma forma que o único “extraterrestre” que nos atrai, é daquele que subiu sobre as ilusões da maya terrena, para tornar-se um verdadeiro Ser cósmico, prestes a abandonar o ninho terrenal, mas sem jamais ter deixado de amá-lo, honrá-lo e respeitá-lo, como cabe a todo filho digno de sua mãe. Até porque, não cremos em interferências externas sobre os destinos de um planeta, o qual já possui, por si só, os mecanismos de regulagem cultural interna de que necessita -e que demanda eventualmente, aliás, sacrifícios impensáveis da parte de um ou e de outro Salvador, e um pouco também daqueles que os seguem na Escola do Amor. De resto, se uma sociedade se revelasse capaz de tanta tecnologia, isto já não interessa porque apenas poderia ser para o mal: a espiritualidade dificilmente acompanharia este ritmo de coisas, e se em tese porventura o fizesse, já substituiria por si só a chamada “tecnologia” material, em favor de uma cibernética puramente espiritual. Neste subjetivismo cósmico, incluímos a visão filosófica, simbolista, esotérica, platônica ou pitagórica da Astrologia.
Mesmo que nada disto atraia muito os caçadores do fantástico e do extraordinário -na verdade, do simples ouropel ordinário, fenomenista, cedendo à tentação do chamado “materialismo espiritual”. Pode haver ouro bom na superfície, mas nunca será muito, e na maioria de falso brilho. O ouro bom deve ser escavado, e sempre com muito cuidado para não agredir a Natureza. E é isto que os curiosos não apreciam: escavar, eslanhar-se, olhar, enfim, para dentro de si mesmos. Não obstante, seguiremos falando de “intras” e de “extras”, mais como metáforas, pois até Jesus as empregou para aqueles que não suportavam as verdades completas. O Santo dos Santos pode chegar a ser inusitadamente... Vazio. Deixai-lhe então os véus.
No tocante aos pólos “eubiotas”, a SBE relaciona Brasília ao Quinto Sistema e a Xavantina, integrando-os. Contudo, também existem os sub-sistemas, e seria possível colocar a proposta do sistema geográfico de Alto Paraíso como tal. Além disto, se São Lourenço-Xavantina-Itaparica formam uma Trindade, com Alto Paraíso podem integrar uma Tétrade ou Tetragrama sagrado. Altos discípulos podem fazer avançar a obra do Mestre, propondo novos pólos de ativação. Poderá ser o caso dos mentores do sistema geográfico de Alto Paraíso.




Luís A. W. Salvi é escritor holístico, autor de cerca de 150 obras sobre a transição planetária.
Editorial Agartha: www.agartha.com.br
Contatos: webersalvi@yahoo.combr, Fone (51) 9861-5178

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