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A MONTANHA MÍTICA*


ao lado> o sagrado Ararat, Turquia

A IMAGEM DA MONTANHA SAGRADA é comum nas tradições religiosas e nas lendas dos povos. Na Bíblia, comumente encontramos eventos importantes associados à imagem das montanhas ou montes, e segundo a visão esotérica, tais elevações corresponderiam a Centros que viriam à luz através dos tempos, centralizando a evolução racial e presenciando a manifestação divina através das idades. Para Swedemborg, toda a Bíblia correspondia a uma grande metáfora sobre o Cristo.
E em sua obra Kabalah - O Caminho da Flecha (publicada pela FEEU), Hellyette M. Rossi demonstra como se relacionam os sete Chakras e os Montes Moriá, Ararat, Sinai, Carmelo, Tabor, Gólgota e Oliveiras. Em outras tradições também encontramos montanhas sagradas: o monte Merú para os hindús, considerado o próprio eixo do mundo; o monte Kailas dos budistas, que participa de um fantástico contexto geográfico de características mandálicas; a montanha de Manu para os egípcios, situada no Ocidente e para onde encomendavam as almas dos mortos; mais modernamente o Arunachala tem sido exaltado na Índia; etc.
É comum que os aldeões e os indígenas que vivem próximos às montanhas adorem alguma delas em particular, localizando alí a morada dos deuses.
"Por erguer-se quase sempre junto às nuvens, a montanha é símbolo da junção do Céu e da Terra e também da ascensão espiritual (como a escada) e do grau supremo de desenvolvimento a ser alcançado com muito esforço. Em toda a parte encontram-se montanhas sagradas, vistas freqüentemente como morada dos deuses. Nas montanhas sempre ocorrem fatos de grande significação espiritual; desse modo os imperadores chineses, por exemplo, ofereciam sacrifícios no cume das montanhas, Moisés recebeu as tábuas da Lei no pico do monte Sinai, etc. Devido à sua imensa massa em repouso, a montanha pode simbolizar também a impassibilidade; para os sumérios, ela era um símbolo da matéria original não diferenciada. É muito difundida também a concepção de uma montanha como centro ou Eixo do Mundo. Para alguns povos, o Reino dos Mortos ou a moradia das pessoas excepcionais estão localizados nas profundezas de uma montanha." (H. Lexikon, Dicionário de Símbolos, Ed.Cultrix, SP, 1992).
A associação entre a Montanha das origens e o oceano cósmico é também universal, e a imagem da Ilha sagrada -como a Sweta Dwipa, Ilha ou Continente Branco dos hindús- apresenta a mesma correspondência simbólica com a montanha mítica.
Para os sumerianos, a montanha cósmica continha de forma indiferenciada o céu e a terra, e é apenas quando o grande Enlil abre a montanha primordial, erigida sobre o mar eterno sem limites, que céu e terra são libertados ou criados de fato. Os babilônicos representavam a terra como uma montanha ôca, sustentada e rodeada pelo mar, e em cujo interior localizava-se o nevoento reino dos mortos.
No hinduísmo, todo este simbolismo também se expressa através da imagem da tartaruga que ficava sobre uma serpente. E as culturas antigas eram pródigas em representarem a imagem da montanha sagrada tanto em suas lendas e mandalas, como na arquitetura de templos, pirâmides, chortens, stupas e zigurats.
É claro que todo este simbolismo pode ter não apenas distintas formas e origens, como também vários níveis de aplicação, Porém, tendo em vista a idéia de axialidade geralmente vinculada à questão, o mais próprio e excelente de todos, corresponde à imagem da triangularidade existente a partir dos polos e que encerra em seus dois outros vértices à latitude do paralelo 30°, precisamente, conforme tem sido demonstrado.

O triângulo em questão confere o fundamento geométrico e energético de síntese dos ashrams divinos suscitados no coroamento da História da humanidade sobre algum centro selecionado no paralelo 30°, onde a suprema síntese da cultura é alcançada então, envolvendo não apenas as grandes manifestações avatáricas, como também a síntese coletiva manifesta como uma raça de ouro.
Todo este contexto expressa, pois, a centralidade e o equilíbrio maior alcançada no cosmos e no planeta, a grande síntese da cultura e a mais completa manifestação do sagrado no mundo.
A imagem das águas (ou serpente) que cerca a montanha sagrada, diz respeito seja ao zodíaco, como às populações de todo o mundo circundante (segundo a interpretação trazida por São João em seu Apocalipse) -o que na prática resulta no mesmo. A própria Terra surge das águas nos mitos, e corresponde na verdade àquela cultura real que o homem vem a conhecer através de uma síntese sagrada, quando novas raças integradas emergem dentre o "caos" da humanidade e da história em geral.
Esta ascensão do Zodíaco dá-se através de sete degraus representados pelo arco-íris. E todo este quadro está presente na constituição de cada nova raça, como esteve na origem da última raça após o Dilúvio universal, num Pacto sagrado entre o o Criador e a Criatura simbolizado precisamente pelo arco-íris, sobre o Monte Ararat, quando baixavam as águas da enchente. **
O arco-íris corresponde, entre outras coisas, àquele quadro iniciático conhecido como O Advento dos Rishis, no contexto polar do paralelo 30°, em sí mesmo simbolizado pela montanha, a partir do qual a raça humana experimenta, por conseqüência, a culminação de seus sucessivos degraus evolutivos, sob a orientação dos verdadeiros Mestres retornados.
Como dissemos, as águas relacionam-se ao Zodíaco, fonte de energias psíquicas, etc. Ora, desde o ponto de vista planetário ou geográfico, a vigência energética mais acentuada do Zodíaco se limita para a Tradição aos chamados trópicos, isto é: aquela faixa de 23° existente em ambos os hemisférios em que atinge a declinação solar nos solstícios sobre a Terra. A partir disto, sucedem- se os sete graus que logo conduzem ao paralelo 30°, fazendo a exata imagem do arco-íris obtido pela refração da luz sobre as águas rarefeitas nesta região. Trata-se pois de uma verdadeira zona de transição vibratória existente entre toda aquela vasta região tropical, e a outra parte que tem início nos paralelos 30° em diante, no rumo dos polos, onde as energias apresentam já conotações diferenciadas.
Tudo isto diz respeito é claro à evolução das raças no seio do planeta através dos tempos, mas também se reflete naquele Microcosmo ideal que é o Avatar, imagem reduzida do Todo e síntese do cosmos no homem.

* Da obra O Jardim do Sol, Luís A. W. Salvi.
** Ver sobre tal questão em LAWS, sobre a simbologia da Arca de Noé e sua importância para a constituição de uma raça.

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